sábado, 5 de maio de 2012

O mundo não é o bastante!





A sensação de pertencimento como cidadão do mundo é algo que não se explica.. se sente e se vive. O ar fica mais puro e as energias ficam mais leves. Você se sente parte de um planeta de 7 bilhões de habitantes. Não é possível que pelo menos um cidadão do mundo te permita uma identificação, não é verdade?

Nem sempre nos encontramos ou nos realizamos na nossa cidade natal. Com as coisas que já estamos predestinados a fazer, com pensamentos que já estão enraizados na nossa cultura. Na tradição do brasileiro cordial de Sérgio Buarque de Hollanda e na impossibilidade de ousarmos. Ir além do que é considerado normal, aceitável ou padrão na sociedade em que vivemos. 


Mas não, não me vejo vivendo meus últimos tempos de vida em algum lugar que não seja minha cidade natal. E não tenho aquela vontade incontrolável de morar em outro país e por lá permanecer. Quero viver todas as etapas do meu crescimento, amadurecimento e declínio em Fortaleza ao mesmo tempo que convivo com suas próprias metarmofoses. Mas isso não impede de que eu desbrave o mundo, conheça diferentes culturas e fique sonhando em morar numa cidade que tenha as quatro estações do ano. Como já dizia meu avô, momento bom é o que estamos vivendo agora. E vou além.. vida boa é a que vivemos no hoje. Com as companhias e nos lugares que nos foram oferecidos e aceitos.





Não nego usar uma boa roupa de frio, uma legging ou jeans apertados por debaixo da bota preta. Trench coat e sobretudo são duas peças do meu vestuário que sempre estão ali à espreita. À espera de puderem ser colocados numa mala e levados para bem longe. Nem que seja só para bater fotos bonitas.Ou para que sirvam de apoio e ambiente quentinho para minhas mãos friorentas.

Me encanta ver pessoas com bochechas rosadas, jovens que levam as garrafas para a estação de reciclagem logo ali na praça, senhoras que passeiam com seus maridos pelas calçadas e famílias que se reúnem para um piquenique no parque quando o sol vem iluminar o dia.




Não que isso não exista na minha cidade, mas são momentos difíceis de serem percebidos no dia a dia e que são vistos como exepcionais quando deviam fazer parte do cotidiano. Gosto de provar novas comidas. Novos temperos. Pratos com novas cores, sabores e aromas. Frutas vermelhas e aspargos frescos são alguns dos ingredientes principais.

Gosto de poder andar com a máquina fotográfica a tiracolo. Registrando cada momento, cada olhar. Na esperança de que cada sensação fique guardada nas micropartículas de luz. Admiro pedaços vivos de história que se perpetuam no presente. Ruas arborizadas, carros elétricos e preocupação com o meio ambiente.



Mesmo enumerando tantas razões e motivos, uma se destaca: a de dividirmos os mesmo anseios e sentimentos intrísecos a todos os seres humanos. Não tem barreira linguística, cultural ou racial que nos impede de estarmos conectados com o todo. Com o planeta água. Se sentir em casa nos mais variados endereços do globo é a sensação mais reconfortante e libertadora de todas que já senti. Apesar de o mundo não ser o bastante, é grande o suficiente para não nos permitir ficar em um lugar só.

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