sexta-feira, 7 de junho de 2013

De sonhos e realidades em verde esmeralda

Nunca soube como e quando surgiu, mas a afinidade com a cultura celta foi inexplicável. Talvez de tanto ouvir The Corrs quando era mais nova, ou de ser apaixonada pela cor verde e por paisagens do mesmo tom. Aos 13 anos, já queria ser ruiva e casar com um irlandês. Como mamãe nunca me deixou tingir a vasta cabeleira, “só quando os cabelos ficarem brancos”, dizia ela, me contentava em casar com um ruivo ou irlandês na esperança de ter filhos com cabelo cor de ferrugem. Nunca tive a sorte de conhecer um irlandês de carne e osso, mas não podiam ser piores que os homens do meu país, não é verdade?”. Aos 23 anos, resolvi me lançar no mundo e viver meu sonho. Alimentando o pensamento de que só se vive uma vez, pretendo comprar minha passagem para Dublin o mais rápido possível.

Por enquanto, poucas são as certezas e muitas as divagações. Na bagagem, o querido trench coat, o guia da Irlanda e todos os sonhos do mundo. E o Reno ainda me soltou a derradeira: "Para de adiar esse teu encontro com a Irlanda". Pouco me importa que a Irlanda tenha sido um dos primeiros países a sofrer com a crise do euro. Foi um dos primeiros a conquistar meu carinho incondicional. O país tem o sétimo mais alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, além de ótimas classificações em índices que medem o grau de democracia e liberdades como a de imprensa, econômica e política. Em gaélico, é chamado de Eire (que quer dizer Ilha Esmeralda).

A ilha da Irlanda guarda a República da Irlanda (independente do Reino Unido desde dezembro de 1922) e a Irlanda do Norte. Apesar da inegável origem celta, também acredita-se que os irlandeses tenham traços genéticos comuns com habitantes do norte da Penísula Ibérica, os gaélicos. As línguas oficiais são o irlandês, a língua celta nativa, e o inglês, que constitucionalmente é descrito como uma língua oficial secundária. Aprender irlandês é obrigatório no ensino do país, mas o inglês é amplamente prevalente. A sinalética é geralmente bilíngue, que também existe na mídia nacional irlandesa. As pessoas pertencentes a comunidades de língua predominantemente irlandesa (o Gaeltacht) existem principalmente na costa ocidental da ilha.

Pousando em Dublin

Encontrando o arco-íris

Maravilhas da costa leste


Cultura, mitologia, tradição e boas cervejas são o que fazem da Irlanda um país conhecido pelas pessoas. O bom vôo foi um presságio para uma boa viagem, ou talvez eu deva dar uma parte (e grande) dos méritos ao Tandrilax. Finalmente, no dia 16 de outubro de 2012, fiz o que ansiava desde 2009: pegar um avião para Dublin no aeroporto de Lisboa. E, aos 24 anos, consegui chegar ao fim do arco-íris e descobrir um pouco do ouro irlandês propagado pelos enigmáticos leprechauns. Apesar de já ter ido e voltado, as lembranças e as sensações ainda estão frescas na memória. E são elas que vou dividir nas postagens a seguir.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Vivendo a magia Disney na França

Sempre escutamos falar da magia dos parques da Disney em Orlando e de como os sonhos podem se tornar realidade no castelo da Cinderela. Mas ninguém diz que também podemos sentir a mágica do outro lado do oceano. Chegar lá foi mais fácil que ao de Orlando. Pegamos um trem na estação Gare Montparnasse, em Paris. O passeio durou um pouco mais de uma hora, num trem super confortável e com uma vista maravilhosa (era outono). Pagamos menos de 20 euros (ida e volta). 



Entrada do parque. Qualquer semelhança com o Magic Kingdom de Orlando não é mera coincidência!


Seguindo o clima de downtown disney, a versão francesa da franquia não poderia ser diferente! Ao sair do parque, cinemas, restaurantes e lojas estão à disposição!  
A diversão fica a cargo de dois parques: o Disneyland e o Walt Disney Studios Park. 


Num Magical Kingdom não tão distante - algum lugar entre onde "you wish upon a star" e "dreams come true" - heróis e heroínas da Disney vivem em contos de fadas que são, felizes e para sempre.



O Castelo
Levando em consideração os diferentes tipos de visitantes, separei os brinquedos mais procurados e recomendados:


it's a small world - Fantasyland

Leve a família nesse alegre tour musical pelo mundo. Bonecos de todas as nações cantando e dançando o famoso hino "It's a small world". Aposto que a música ficará na sua cabeça durante todo o dia. 

Space Mountain: Mission 2 - Discoveryland

Mais divertido que o Space Mountain Mission 1 (o de Orlando), o Misson 2 é mais emocionante e tem mais aventuras. Seu carrinho te levará ao espaço e retornará mais forte que a força da gravidade.

Big Thunder Mountain - Frontierland


Segure os chapéus no mais rápido, selvagem trem do oeste de Mississippi! Diversão garantida e muito frio na barriga!


No Walt Disney Studios é possível descobrir o mundo mágico do cinema e da televisão. Explore quatro estúdios cinematográficos recheados de atrações e shows espetaculares. Realize seus sonhos no palco apenas a pequenos passos de distância do Disneyland Park. O maravilhoso The Twilight Zone Tower of Terror também está presente! 




Um dos melhores brinquedos: Big Thunder Mountain

Espaço da "Alice no país das maravilhas"

Saindo do Disneyland
20th Anniversary Ticket


No 20th aniversário da Disneyland Paris, economize 20% ao comprar um passe de 1 dia, 2 parques. O passe vale por seis meses a partir da data da compra. A promoção vai até o dia 7 de novembro de 2012. 
O bilhete normal de um dia para dois parques sai por 64 euros. Já o bilhete para dois dias, dois parques fica no valor de 114 euros. 

Serviço:
Horário de funcionamento: das 10h às 22h (Disneyland Park) e das 10h às 18h (Walt Disney Studios Park)
Mais informações:
Os horários dos shows e das paradas podem ser conferidos no site
http://www.disneylandparis.com/


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Recanto impressionista

O ingresso para entrada é nada menos que uma réplica de uma pintura de Van Gogh. Situado na margem esquerda do rio Sena, do oposto do museu do Louvre. O museu D'orsay é ainda mais bonito. Fica numa antiga estação ferroviária, Gare de Orsay, que foi reformada para abrigar os belos quadros e obras de arte. Mas, que ainda mantém os relógios típicos da estação. 



D'orsay é fantástico.. com esculturas lindíssimas e quadros impressionistas. Todos os que não tinham no Louvre estavam lá.. prontos para serem admirados. Renoir, Monet, Manet, Degas e Van Gogh escolheram um prédio que já era uma obra de arte para completar a mágica. As coleções do museu apresentam principalmente pinturas e esculturas da arte ocidental do período compreendido entre 1848 e 1914. Existem também exposição temporárias que ocorrem em paralelo à exposição permanente.



Em 1977, o Governo francês decidiu transformar o espaço num museu. Foi inaugurado pelo presidente de então, François Mitterrand, no dia primeiro de dezembro de 1986. Os arquitectos Renaud Bardon, Pierre Colboc e Jean-Paul Philippon foram os responsáveis pela adaptação da estação.

As coleções do museu provêm essencialmente de três locais: do museu do Louvre, as obras de artistas nascidos a partir de 1820 ou que tenham emergido no mundo da arte com a Segunda República; do museu do Jeu de Paume, as obras impressionistas desde 1947; e do museu de arte moderna de Paris, as obras mais recentes. Estas coleções abrangem várias vertentes das artes plásticas tais como a pintura, a escultura, a fotografia, entre outras.
Eugène Boudin,  Paul Cézanne, Camille Corot, Gustave Courbet, Honoré Daumier, Edgar Degas, Eugène Delacroix, Antoni Gaudí, Paul Gauguin, Vincent van Gogh,Édouard Manet, Henri Matisse,  Piet Mondrian, Claude Monet, Edvard Munch,  Camille Pissarro,  Pierre-Auguste Renoir, Auguste Rodin, Henri de Toulouse-Lautrec são alguns dos artistas. 




Dica: a maior concentração de quadros impressionistas fica no quinto andar!




Serviço:

O café e o restaurante são abertos aos visitantes do museu. Grupos devem reservar mesas. 
O ingresso custa 9 euros e o promocional, 6,50. Em algumas situações, a entrada é gratuita. Acesse o site do museu para mais informações. 
http://www.musee-orsay.fr/

Horário de funcionamento:
Terças, quartas, sextas, sábados e domingos - de 9:30 às 18h
Quintas: de 9:30 às 21:45h
Fechado nos feriados do Ano Novo, Dia do Trabalho e Natal. 



quinta-feira, 10 de maio de 2012

Adentrando na diplomacia



Ao lado de Nova York, Genebra é o centro mais importante da diplomacia e da cooperação internacional. A notória neutralidade suíça também colaborou. São inúmeras organizações internacionais (mais de 20 e mais de 250 ONG's), fazendo da cidade sede de diversos departamentos e filiais da ONU, Cruz Vermelha, OMS e Unesco. É também chamada de "Cidade da Paz", por ter sido palco para assinatura de diversos tratados em prol da paz mundial. Assim dito, a visita à Genebra não estaria completa sem conhecer pelo menos alguma organização. Recomendo a sede da ONU.



Famosa entrada com as bandeiras enfileiradas


A Organização das Nações Unidas é uma instituição internacional formada por 192 países. Foi fundada após a 2ª Guerra Mundial, com o objetivo de manter a paz e a segurança global, além de promover melhoras nos padrões de vida e direitos humanos. A sede principal fica em Nova York. Em Genebra, fica o belíssimo Palais des Nations, maior representação da ONU fora dos EUA.

Na praça em frente à ONU há uma enorme escultura de madeira em forma de cadeira, com uma das pernas quebradas (Broken Chair), feita pelo artista suíço Daniel Berset. Simboliza a luta contra o uso e a fabricação de minas.

A visita guiada ao prédio da ONU dura cerca de uma hora e o acesso é feito pelo Pregny Gate of the Palais des Nations na Avenue de la Paix. É preciso subir uma ladeira para chegar no portão de visitantes. Então, não chegue em cima da hora. Experiência própria. Mas a subida é agradável e tem até um momumento em homenagem ao Gandhi para fazer companhia. O valor da entrada é de CHF 10 e é necessária a apresentação de documento de identidade na entrada.

O tour guiado vale mais que os 10 francos pagos na entrada. O Palais des Nations é quase um museu, pois diversas obras de artes, artesanato e mobiliários foram cedidos pelos países membros da ONU para compor a decoração. A semelhança não é mera coincidência. Em sua criação, os arquitetos se inspiraram no Palácio de Versailhes. 

Portão para visitantes







Human Rights Council

Vista do jardim através da janela. 


Assembly Hall
Salle des Pas Perdus tem proporções impressiontes. São 56 metros de comprimento, 9 metros de largura e 11 metros de altura. Foi concebida como o saguão principal do Palácio, entre a Assembléia Municipal e a fachada principal. Em um dia claro, é possível avistar das janelas da Salle des Pas Perdus o Lago Genebra e o Mont Blanc. O Assembly Hall é o mais conhecido. É a maior sala do complexo, com capacidade para 2.000 pessoas. Destaque para a obra de arte no teto do Human Rights Council. 
Mais informações:
Site www.unog.ch, onde ainda é possível fazer um tour virtual. 
Como chegar:
Train 15 - direção Nations. É a última parada. 
A entrada custa CHF 10 e as visitas guiadas podem ser em inglês, espanhol e francês. 
O horário dos tours variam de acordo com os meses do ano. De setembro a março, podem ser feitos de segunda a sexta às 10:30, meio-dia, 14:30 e 16h. Nos meses de abril a junho, podem ser feitos diariamente (inclusive aos finais de semana), nos mesmos horários. Em julho e agosto, os tours também são diários e o último horário de saída é às 17h.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Uma viagem à Belle Époque


Milão é maravilhosa! Toda arborizada.. Ali, muitos motoristas utilizam o carro elétrico tornando o céu mais limpo e o ar mais puro. Milano é uma cidade relativamente píccola (pequena). Seu território equivale a um terço de Roma, mas o sistema metrô é eficiente e cobre bem a cidade.
O clima da primavera é ideal, pois é possível fazer longos passeios sem morrer de calor ou frio. E o dia rende. Começa a escurecer às 20h da noite. A chuva me pegou apenas na noite da chegada e não atrapalhou minha estadia.

Fachada da Galeria 

O centro histórico é pequeno, mas majestoso em riqueza, cultura, arte e história. O Duomo (a catedral da cidade) e a Galeria Vittorio Emanuele II compõem as principais atrações.
Chegar ao centro é simples. Só pegar a linha vermelha do metrô e descer na estação Duomo. Ao subir as escadas, os prédios já estarão ali. Esperando para serem explorados. E não vale só bater fotos. É preciso vivenciar e deixar que os olhos e a mente captem as imagens.
A Galleria é uma viagem no tempo. Ao entrar, parece que o tempo da belle époque europeia congelou por lá. A construção coberta por uma estrutura de ferro com cúpulas de vidro e afrescos e impressionante e conserva o charme. Hoje, é recanto para o comércio e cafés. As lojas de grife, como Prada e Louis Vuitton têm espaço garantido. Mas também o tem uma franquia do Mc Donald's. Para atender o paladar mundial dos milhares de turistas provinientes de todas as partes do globo.
Construída para comunicar a Piazza del Duomo com a Piazza della Scala, teve sua inauguração em 1877. Projetada em forma de cruz por Guiseppe Mengoni, possui diferentes entradas em forma de arcos de triunfo.















Uma das livrarias que encontrei 



Desenho da Galeria ainda no século passado

sábado, 5 de maio de 2012

Um estádio ao nível da UEFA

Milão é maravilhosa! Toda arborizada.. Ali, muitos motoristas utilizam o carro elétrico tornando o céu mais limpo e o ar mais puro. O centro histórico é pequeno, mas majestoso em riqueza, cultura, arte e história. O Duomo (a catedral da cidade) e a Galeria Vittorio Emanuele II compõem as principais atrações.
Chegar ao centro é simples. Só pegar a linha vermelha do metrô e descer na estação Duomo. Ao subir as escadas, os prédios já estarão ali. Esperando para serem explorados. E não vale só bater fotos. É preciso vivenciar e deixar que os olhos e a mente captem as imagens.


vista do estádio ainda na rua


Depois de curtir as atrações e comer pelos arredores - são muitos restaurantes bons, com preços e serviços variados - , a dica é conhecer um dos estádios de futebol mais tradicionais da Europa: o San Siro. Casa do Inter de Milão e do Milan e o foco deste post. Com capacidade para 80.018 espectadores, o estádio ficou de acordo com os padrões Uefa. O acesso é simples, mas um pouco cansativo. A estação do metrô mais próxima fica a 20 minutos de caminhada. No outono ou na primavera, o trajeto é tranquilo. O clima é ameno e as ruas são arborizadas. É um bairro mais residencial.

Vestiário do Milan


O estádio é grandioso e é possível ver de longe. Para os aficcionados por futebol, duas boas notícias: San Siro conta com museu e loja dos dois principais times de Milão e visita guiada. O Museu do San Siro, único na Itália que funciona dentro de um estádio, foi inaugurado no dia 5 de outubro de 1996. Criado a partir de uma coleção particular e constantemente ampliado com novos objetos, ele conta a história da Inter e do Milan através de uma série de relíquias únicas no mundo: camisas históricas (de Rivera a Mazzola, de Pelé a Maradona, de Zidane a Crujiff), copas e troféus, bolas, chuteiras, objetos de arte, lembranças de vários tipos sobre a lenda do futebol mundial. Na sala de cinema que existe dentro do museu, é exibido diariamente um sugestivo filme dedicado ao Milan, à Inter e à história do Estádio do San Siro: imagens de momentos de grandes estrelas que jogaram neste gramado.
Museu do San Siro



Nos dias em que não há eventos no estádio, é possível também fazer uma visita em alguns pontos do San Siro que sempre desejou conhecer. Uma experiência única que permitirá apreciar toda a beleza de um dos mais importantes palcos esportivos do mundo. Foi essa oportunidade que tive quando fiz a visita. Por 13 euros, é possível conhecer os vestiários, as cadeiras e até sentar onde os jogadores se concentram antes do jogo. Me sentei na cadeira que antes pertencia ao Ronaldinho. Hoje, ocupada pelo Pato. Camisas oficiais dos campeões da Inter e do Milan e diferentes souvenirs para todas as idades (até bebês têm seu lugar ao sol), você pode encontrar na San Siro Store. A loja conta com a colaboração dos dois patrocinadores esportivos das duas equipes. A loja tem um duplo papel: durante a semana, os seus espaços são divididos entre Inter e Milan. Já nos dias de partida, o local se transforma, dedicando-se inteiramente à uma só equipe da casa.



Serviço:
Entrada: Portão n° 14 (ou portão n° 15 nos dias de jogos)
Horário: diariamente das 10h00 às 17h00 (com variações nos dias de partida)
Contatos: Tel. +39 02 4046430 - Fax +39 02 4039688;
e-mail sansirostore@sansirostore.itEntrada: Portão n° 14
Horário: diariamente das 10h00 às 17h00. O museu não funciona nos dias de jogos.
Preços: visita ao museu – 7 euros (adultos) e 5 euros (com desconto). Visita ao museu e tour pelo estádio: 13 euros (adultos).
Contatos, informações e reservas: Tel. +39 02 4042432 - Fax +39 02 4042251
www.sansirotour.com

Como chegar:
Metrô - linha MM1 (vermelha) parada na estação LOTTO e siga caminhando pela avenida Caprilli até o estádio.
Ônibus - linha 49 da Piazza Tirana (estação F S San Cristoforo) para a praça Lotto e parada na Piazza Axum.


O mundo não é o bastante!





A sensação de pertencimento como cidadão do mundo é algo que não se explica.. se sente e se vive. O ar fica mais puro e as energias ficam mais leves. Você se sente parte de um planeta de 7 bilhões de habitantes. Não é possível que pelo menos um cidadão do mundo te permita uma identificação, não é verdade?

Nem sempre nos encontramos ou nos realizamos na nossa cidade natal. Com as coisas que já estamos predestinados a fazer, com pensamentos que já estão enraizados na nossa cultura. Na tradição do brasileiro cordial de Sérgio Buarque de Hollanda e na impossibilidade de ousarmos. Ir além do que é considerado normal, aceitável ou padrão na sociedade em que vivemos. 


Mas não, não me vejo vivendo meus últimos tempos de vida em algum lugar que não seja minha cidade natal. E não tenho aquela vontade incontrolável de morar em outro país e por lá permanecer. Quero viver todas as etapas do meu crescimento, amadurecimento e declínio em Fortaleza ao mesmo tempo que convivo com suas próprias metarmofoses. Mas isso não impede de que eu desbrave o mundo, conheça diferentes culturas e fique sonhando em morar numa cidade que tenha as quatro estações do ano. Como já dizia meu avô, momento bom é o que estamos vivendo agora. E vou além.. vida boa é a que vivemos no hoje. Com as companhias e nos lugares que nos foram oferecidos e aceitos.





Não nego usar uma boa roupa de frio, uma legging ou jeans apertados por debaixo da bota preta. Trench coat e sobretudo são duas peças do meu vestuário que sempre estão ali à espreita. À espera de puderem ser colocados numa mala e levados para bem longe. Nem que seja só para bater fotos bonitas.Ou para que sirvam de apoio e ambiente quentinho para minhas mãos friorentas.

Me encanta ver pessoas com bochechas rosadas, jovens que levam as garrafas para a estação de reciclagem logo ali na praça, senhoras que passeiam com seus maridos pelas calçadas e famílias que se reúnem para um piquenique no parque quando o sol vem iluminar o dia.




Não que isso não exista na minha cidade, mas são momentos difíceis de serem percebidos no dia a dia e que são vistos como exepcionais quando deviam fazer parte do cotidiano. Gosto de provar novas comidas. Novos temperos. Pratos com novas cores, sabores e aromas. Frutas vermelhas e aspargos frescos são alguns dos ingredientes principais.

Gosto de poder andar com a máquina fotográfica a tiracolo. Registrando cada momento, cada olhar. Na esperança de que cada sensação fique guardada nas micropartículas de luz. Admiro pedaços vivos de história que se perpetuam no presente. Ruas arborizadas, carros elétricos e preocupação com o meio ambiente.



Mesmo enumerando tantas razões e motivos, uma se destaca: a de dividirmos os mesmo anseios e sentimentos intrísecos a todos os seres humanos. Não tem barreira linguística, cultural ou racial que nos impede de estarmos conectados com o todo. Com o planeta água. Se sentir em casa nos mais variados endereços do globo é a sensação mais reconfortante e libertadora de todas que já senti. Apesar de o mundo não ser o bastante, é grande o suficiente para não nos permitir ficar em um lugar só.