segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Rio de janeiro, de mar e de sol

Talvez mais emocionante que ver o sol nascendo ao sair daquela balada ou da noite com as melhores conversas entre amigos, seja um pôr do sol de te deixa sem palavras.
O sol, por si só, leva o nome de astro-rei não por menos. E, com o perdão do trocadilho, é ele quem brilha. E já basta. Era o que eu ingenuamente defendia até presenciar tal cena no arpoador, nas minhas férias de janeiro no Rio de Janeiro.


Neste caso, não é só o sol que garante a beleza. A riqueza do Rio, com seus morros e ilhas, as cores refletidas no céu e o barulho trazido pelas ondas do mar completam a sensação de prazer e pertencimento. De um lado, a vista do morro Dois Irmãos e Pedra da Gávea, do outro, as pedras do Arpoador, as Ilhas das Palmas, Ilhas Cagarras e Ilha Comprida. No lado oposto o Pão de Açucar.
O momento é único. E a vontade é de vivenciá-lo todos os dias.

Janeiro é sinônimo de verão, calor, lotação e sol se pondo a partir de sete e meia da noite. Características dadas, aqui vão as regras! Se quiser ver o sol se pondo sentada na pedra numa posição confortável e com poucas cabeças na sua frente, chegar, no mínimo, uma hora antes.
Andar na pedra nem sempre é fácil. É úmida, escorregadia e fácil de cortar o pé de algum desatento. Use sandálias antiderrapantes e ande com calma.
Como chegamos em cima da hora, vimos em pé. Super indico. Nenhuma cabeça ficou na nossa frente.
Bata quantas fotos quiser. Só não esqueça que quanto mais baixo o sol estiver, mais difícil fica o contraste do sol e seu na fotografia.
Por se tratar de uma foto com pouco movimento, o uso do zoom traz bons resultados.

Aqui vão algumas fotos:
A preparação:



O sol se põe entre as ilhas "Pontuda" e "do Meio"


Saiba mais:
Arpoador é o nome dado a uma praia e também a uma pedra situada na cidade do Rio de Janeiro. Localiza-se entre o forte de Copacabana e o início da praia de Ipanema. A área é pequena, cerca de 500 metros. A praia do Arpoador também é muito conhecida como a praia dos surfistas, por suas ondas grandes, propícias à prática do esporte.

O nome do local provém do fato de ser possível, no passado, arpoarem-se baleias nas proximidades da costa.
Na região do Arpoador encontra-se o parque "Garota de Ipanema", que leva o nome da famosa música de Vinícius de Moraes e Tom Jobim. Ponto de lazer, foi ali que despus de algumas horas para fugir do sol escaldante e ler um bom livro à sombra de uma das muitas árvores lá plantadas.

Serviço:
Fique atento ao horário de pôr do sol. Varia com as estações. No verão, o espetáculo começa umas 19:20. O local é público, então não é necessário pagar entrada.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

De amor, de sombra, de espíritos, da ilha e da fortuna



"Nasci no último quarto de uma casa sombria e cresci entre movéis antigos, livros em latim e múmias humanas, mas isso não conseguiu me fazer melancólica, porque vim ao mundo com um sopro de selva na memória". Basta ler o primeiro parágrafo de "Eva Luna" para perceber a grande influência do realismo fantástico na construção de Isabel Allende. Jornalista e escritora como García Márquez, a moça segue os passos da boa leva de escritores latino-americanos.

Nascida em Lima, capital do Peru, a 2 de agosto de 1942, Isabel Allende é filha de chilenos. É escritora, jornalista e professora. Já foi co-fundadora de uma revista feminista, editora de jornais e correspondente de televisão. Suas obras já foram adaptadas para o teatro, cinema e TV. "Eva Luna", "A casa dos espíritos" e "De amor e de sombra" são alguns deles. Sua primeira obra, "A casa dos espíritos", foi lançada em 1982. A versão cinematográfica é estrelada por Antonio Banderas.



Os romances de Allende são, normalmente, baseados em suas próprias experiências e no dia a dia das mulheres, misturando elementos mitológicos e realistas. O último que li foi "De amor e de sombra", em que Allende nos conta a história de amor entre dois jovens, Irene e Francisco, ela jovem jornalista, ele fotógrafo, em busca da verdade e do amor. Por trás de tanto amor, o livro traz os horrores durante um período sangrento da História do Chile – os anos de Pinochet no poder.



Fluente em inglês como segunda língua, conseguiu cidadania norte-americana em 2003, vivendo na Califórnia com seu marido americano desde 1989. Qualquer semelhança do nome com o presidente do Chile de 1970 a 1973, Salvador Allende, não é mera coincidência. Seu pai era primo legítimo de Salvador. A ligação política de Isabel e sua família é transparecida nos livros. Onde, muitas vezes, faz apologia ao período de ditadura militar. Na obra "De amor e de sombra", a relação da ditadura com as diferentes classes sociais é o pano de fundo para o enredo.



Um trecho da biografia da escritora em seu site: A coisa mais importante da minha vida aconteceu na câmara mais secreta do meu coração e não tem espaço certo numa biografia. Minhas conquistas mais significantes não são meus livros, mas o amor que partilho com poucas pessoas, especialmente minha família, e as maneiras que venho tentado ajudar os demais.

"When I was young, I often felt desperate: so much pain in the world and so little I could do to alleviate it! But now I look back at my life and feel satisfied because few days went by without me at least trying to make a difference".



Números:
19 livros, traduzidos para 35 idiomas
Mais de 57 milhões de cópias vendidas
50 prêmios em mais de 15 países
2 filmes internacionais

saiba mais: http://isabelallende.com/