quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A importância do Olimpismo

"What have you done today to make you feel proud?"



Enquanto todos os borburinhos são em prol dos megaeventos a serem realizados no Brasil, mantenho meu foco e guardo as energias para os que estão chegando: Os Jogos Olímpicos de Londres 2012. O Brasil neste ano vem adquirindo visibilidade pelo mundo além de seus escândalos políticos. O país foi escolhido para sediar tanto a Copa do Mundo de 2014, como os Jogos Olímpicos de 2016. Para os brasileiros, é chegada nossa hora. Entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil é o único país que nunca recebeu os Jogos. Acredita-se que o papel do Brasil como protagonista nos últimos meses como membro do G-20 e porta voz dos países em desenvolvimento foram decisivos para a decisão do COI (Comitê Olímpico Internacional).

Sediar os Jogos Olímpicos passa a ser um gesto simbólico. A Olimpíada de Seul em 1988 marcou o surgimento da Coréia do Sul como uma das maiores economias do mundo. Em 1992, os Jogos de Barcelona transformam a cidade num destino turístico mundial. Acredito que sim, o Brasil pode deixar de ser visto como o país do futebol e do carnaval. Só o fato de um país ter o compromisso de realizar grandes eventos internacionais, o transforma num atrativo para investimentos milionários do exterior.

Os dois eventos têm a mesma grandiosidade. Tratam de esportes e têm alcance global. Mas possuem abordagens diferentes. Enquanto um tem várias cidades como sede e trata de um esporte consolidado como paixão nacional, o outro depende basicamente de uma cidade, o Rio de Janeiro e mais de trinta modalidades diferentes. É a chance de o Brasil promover uma cultura do esporte além do futebol. É a chance dos atletas que são apaixonados por outros esportes.

Não vou me delongar muito na Copa do Mundo, pois é um evento que já aconteceu em outras edições na América do Sul e no Brasil. Dedico minha atenção para esse evento grandioso e amistoso que vai ser realizado pela primeira vez na América do Sul. Os Jogos já foram sediados 15 vezes na Europa, 6 na América do Norte, 3 na Ásia e 2 na Oceania. O único país latino-americano a sediar foi o México, em 1968.

Enquanto a copa trabalha com poucos times masculinos mal distribuídos pelos continentes, os Jogos contam com a participação de quase todos os países do mundo, uma média de 180, entre mulheres, homens e tendo um espaço especial para os deficientes, com os jogos paraolímpicos. As olimpíadas se reproduzem como o evento mais próximo da diplomacia, onde torcidas rivais comemoram juntas, e países em conflitos dividem o mesmo espírito de superação.

Impagável ver as duas Coréias desfilando juntas. Assim como a República Tcheca e a Eslováquia. Por mais que haja uma discrepância nos números de participantes de cada país, as histórias de motivação e superação dos participantes trazem o colorido desse evento. Para que melhor um evento que contempla os mais diversos esportes e todos os continentes? Os jogos Olímpicos trazem a possibilidade de sonharmos em ser algo além do futebol. Prefiro pensar nessa pluralidade de povos, nações e modalidades que em países selecionados e num esporte só. Modalidades em que altos, baixos, gordos, magros, mulheres, homens, jovens e mais velhos têm o mesmo espaço.

Estamos cansados de lavagens de dinheiro, desvios nos cofres públicos e obras não-acabadas e não-utilizadas. Queremos uma transformação radical como a de Barcelona, como a da Coréia. Queremos ver hasteada uma bandeira branca que entrelaça o colorido dos cinco continentes, mesmo que por duas semanas. Uma trégua, onde o azul, o amarelo, o preto, o verde e o vermelho se fundem com o mesmo objetivo: o olimpismo.


Aqui um vídeo para dar um gostinho de Londres: