
O que você faria se estivesse na maior encruzilhada da sua vida? Se pudesse escolher entre o desejo insaciável ou a estabilidade que carrega a certeza que vale a pena continuar assim? O que você faria se tivesse a chance de beijar aquele melhor amigo gostosão do seu namorado de 9 anos?
Lionel Shriver, em "O mundo pós-aniversário" (2009), não só trabalha com as consequências do atos, mas traz realidades paralelas. Um pouco confuso? O livro é dividido em 12 capítulos e conta a história de um triângulo amoroso: A ilustradora Irina, seu namorado de nove anos Lawrence e o melhor amigo e jogador de sinuca, Ramsey. O primeiro capítulo é uma introdução aos personagens e às suas vidas estáveis (talvez não tão estabilizadas assim), terminando com o desejo incontrolável de Irina de beijar Ramsey no aniversário dele.
A trama continua com capítulos duplos (1 e I, 2 e II), traçando um paralelo de como seria a vida dos três se Irina o tivesse beijado ou não. A velha queixa de que "a grama do vizinho é mais verde" é constante e a da aceitação também. A protagonista e seus dois coadjuvantes mostram que a vida é "uma caixinha de supresas" e que tudo depende do modo com que olhamos e encaramos os fatos.
A obra mostra que está a favor do destino, relativamente. Se você já ouviu que não pode fugir do destino ou do seu fim, o livro leva isso em consideração. Para Shriver, o que importa é a caminhada, é como você chega lá. O "lá" já está predestinado. É como a vida e a morte. Temos a certeza que vamos morrer, mas não sabemos como será nossa caminhada até chegarmos no destino final. O que importa é se aproveitamos os presentes da vida como devemos e se temos arrependimentos. A lição que se aprende com o livro é estar em paz consigo mesmo e fazer o possível para tirar o melhor proveito das nossas escolhas. É isso que nos faz vivos.
Os acontecimentos marcantes, muitas vezes chamados de destino, são os mesmo na duas histórias. Momentos como uma gravidez, uma indicação a um prêmio, uma promoção, um casamento e uma doença terminal são situações das quais não podemos fugir. E a autora deixa bem claro. Elas acontecem de qualquer maneira, estão além de nós. O que muda são as circunstâncias e o modo como encaramos cada momento.
O importante é acreditar em carma e no velho ditado: "não faça aos outros o que não quer que te faça". É sempre possível que você precise de um favor de um ex-colega desprezado. O preciso que façamos nossas escolhas e não nos arrependamos delas. Como já dizia Ham, do filme "Velozes e furiosos em Tóquio", a vida é bem simples.. é só fazer escolhas e não olhar pra trás!
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