terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Romântica assumida


Com novo pseudônimo, Meg Cabot desabrocha em maturidade.

As horas gastas na juventude lendo as obras de Jane Austen trouxeram grandes frutos para a nova safra de romances de Meggin Patricia Cabot. Conhecida como a autora da coleção “O diário da princesa”, Patricia Cabot mostra sua faceta mais madura em “A Rosa do Inverno” (Patricia Cabot, 414 páginas, Editora Essência, 2008, preço médio: 45 reais).
Cabot consegue utilizar o melhor dos dois tempos. A história se passa numa Inglaterra de 1860, onde a mulher continua sendo subordinada e um pouco submissa ao homem, principalmente às regras da sociedade inglesa daquela época. Nessa parte, Patrícia mostra a influência das obras de Jane Austen. Um livro que remete aos clássicos sem precisar ser de séculos passados. Mistura inocência com sensualidade, onde a forma mais forte e convincente de atração é a inteligência.
“A Rosa do Inverno” conta a história de Edward Rawlings, um homem da nobreza que não quer assumir o título de duque. Para não ter de cumprir as responsabilidades do cargo, Rawlings sai em busca do legítimo herdeiro do trono, o sobrinho Jeremy de 10 anos. Jeremy é órfão e mora com a tia Pegeen, uma moça um tanto liberal para a época. Ao se mudar para o Solar de Rawlings com o sobrinho, Pegeen sente que dessa vez o coração dela está tomando as rédeas. Ela pode resistir ao dinheiro e ao status, mas conseguirá resistir a Edward?
O livro é uma história cuja protagonista não é uma mocinha no sentido frágil da palavra, mas uma mulher que fica independente por motivos adversos. “Uma imagem inesperada e espontânea daquelas mãos no seu corpo fez com que o seu rosto ficasse bem vermelho. Santo Deus, o que ela tinha na cabeça? Tinha conhecido o homem havia pouco mais de uma hora e já estava tendo fantasias sobre...”
“A Rosa do Inverno” é um romance que exala sensualidade e romantismo. Fala sobre destino e escolha, especialmente dos dilemas femininos: desejos, temores, papel na sociedade. Patricia faz um relato interessante da mulher naquela época ao confrontar o instinto de se entregar a um homem e a decisão de manter a independência. “Não, Peggen MacDougal era perigosa porque beijava daquele jeito e não era a esposa ou amante de ninguém. O que significava que ela era livre demais e podia se apaixonar... Ou, o que era pior, ela era livre e ele podia se apaixonar.”
Um livro recomendado para as mulheres românticas que acreditam no amor suspirante e delicioso e para os homens que precisam aprender a conquistar as mulheres da forma mais interessante. Um livro para a gente ler com avidez, mas com suspiros vagarosos e profundos. “A Rosa do Inverno” é uma leitura que combina com a atmosfera primaveril.
Autora da coleção “O diário da princesa” e de livros de natureza infanto-juvenil, Cabot prova que amadureceu na escrita e a nova safra de romances consegue agradar também aos adultos. E às românticas assumidas mais exigentes.


Ingrid Baquit

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